No Adeus A Eduardo SimÔes letra

Acordou cinzento este domingo
Finalzito de setembro
E eu solito relembro
Momentos que não esqueço
Paro penso e repenso
E nĂŁo consigo acreditar
Que hoje foi se findar
A vida de um amigo!

Inteira Santana chora
Por causa deste guri
Que hoje teve que ir
Seguir o caminho de tantos
Deixaste amigos aos prantos
Mas algo ao menos consola
Lembrar que foste embora
E aos mestres foi te juntar
Pra eles tu a de tocar
E pra alguns até escrever
Melodias ao entardecer
Sobre pingos e violÔes
Lembrando dos coraçÔes
Que aqui deixaste a sofrer

Falo com a certeza
E certo que nĂŁo me engano
Deus te levou pra outro plano
Para te ouvir tocar
E todo o céu alegrar
Com esse jeito de fronteiro
Com o Gildo de gaiteiro
SĂł pra te acompanhar

E esse gaĂșcho nativo
Honrava a tradição
Sempre com seu violĂŁo
Ele ajudava a contar
Como se deve amar
E defender esse chĂŁo

Fatalidade e tragédia
Antes do dia santo
Assim calou-se o canto
De um jovem muito especial
Que nĂŁo pensava no mal
E nos olhos tinha a inocĂȘncia
E Deus requisitou a presença
Deste guri sem igual


Deixaste a nĂłs todos
Muito jovem, e mesmo assim
Cativaste neste confim
Amigos que sĂŁo incontĂĄveis
Em prantos interminĂĄveis
Ficaram todos sofridos
De coraçÔes partidos
Sentindo imensa saudade

Gostava de skte e golfe
Tinhas as vezes de "magrĂŁo"
Mas honrava a tradição
O rio grande acima de tudo
Este guri peitudo
Hoje solito no cemitério
Chamava-se Dudu galdério
Honrado acima de tudo

E o céu inteiro à de aplaudir
Este anjo de chapéu
E como aqui também o céu
Não vão entender o mistério
Que tem o Dudu galdério
Que com a quietude cativa
Apaixona e sensibiliza
Com um jeito alegre, mas sério


Foi tĂŁo forte assim
NĂŁo to aqui pra menti
Em cinco dias eu vi
Toda a sensibilidade
Que comoveu tua cidade
Todos rezando por ti
Também sentimos ali
O tamanho desta saudade

Foi filho de todos os pais
IrmĂŁo de todos os irmĂŁos
Que com força se deram as mãos
Para por ti orar
SĂł pensando em te salvar
NĂŁo aceitando a tua partida
E te querendo com vida
Para todos nĂłs alegrar


Deixaste muitos amores
Gurias apaixonadas
Por certo que indignadas
Sem saber o que fazer
Sem ter a quem recorrer
Neste momento de tristeza
Levaram a tua beleza
Deixaste-as a sofrer

Tinha o verde do campo nos olhos
E também muitas paixÔes
Teus pais, parentes, irmĂŁs
Cavalos, violĂŁo e amigos
Todos muito queridos
Por Eduardo SimÔes

Como o destino Ă© cruel
E assim me obrigo a dizer
É atĂ© impossĂ­vel esquecer
Como tudo aconteceu
Debaixo do seu chapéu
E encima do lombo de um pingo
Parece que estou mentindo
Mas foi assim que o Dudu morreu

Logo ele que amava
Cavalos e gauchada
Antes da data sagrada
Pra todos nĂłs desta terra
O ser humano Ă© quem erra
E foste de junto dos seus
Foi para o lado de Deus
Com chapéu tapeado na testa

E agora nas noites frias
Por certo que enluaradas
Negras e estreladas
Brilha o guri de Santana
Que Eduardo se chama
Ele guia e protege
E lĂĄ de cima ele rege
Todos os que ama

A terra perdeu um talento
O céu ganhou uma estrela
E nĂłs desta fronteira
Um Anjo a nos proteger
Imortal, a de viver
Dentro dos coraçÔes
De todos destes rincÔes
Ninguém nunca vai te esquecer

Eduardo SimÔes Pires
Dudu Galdério imortal
Tua falta nos faz um mal
E com esse choro contido
Que a paz esteja contigo
Desejam de coração
Todos deste rincĂŁo
Que fique "com Dios" Amigo!

Bruno Neves - Letras

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